No dia 20 de novembro, comemoramos o dia nacional da consciência negra, uma data de grande importância para a reflexão sobre a luta contra o racismo e pela valorização da cultura afro-brasileira. Escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência e liberdade, esse dia nos convida a refletir sobre a história de marginalização e discriminação enfrentada pela população negra no Brasil e no mundo. Contudo, ao longo dos séculos, o preconceito não se restringiu a um único grupo ou etnia, mas se espalhou, assumindo formas variadas e complexas, afetando diferentes povos e culturas ao longo da história.
É interessante pensar que, enquanto a humanidade avançava em ciência e tecnologia, especialmente nos últimos 60 anos com o desenvolvimento aeroespacial e a exploração do espaço, o preconceito e a discriminação continuam a existir.
A evolução tecnológica, que deveria promover a união e o progresso, tem mostrado que, em muitos aspectos, a sociedade ainda se apega a velhos estigmas e divisões. A conquista do espaço, que une nações em um esforço comum de exploração, contrasta com o espaço social, onde ainda há uma luta por igualdade.
Essa contradição nos coloca diante de uma realidade paradoxal: enquanto desenvolvemos tecnologias que nos permitem sonhar com a colonização de outros planetas, muitas pessoas na Terra ainda lutam pela simples igualdade de direitos. O que isso revela sobre nossas atitudes e comportamentos atuais? Será que, mesmo com todo o progresso, estamos realmente evoluindo em termos de empatia, solidariedade e respeito pelo próximo?
No Dia da Consciência Negra, é essencial que nos questionemos sobre o papel que cada um de nós tem na construção de um mundo mais justo, onde, além dos avanços tecnológicos, a humanidade consiga superar as barreiras do preconceito e da discriminação.
Aproveitemos nosso feriado, que além de se tornar uma oportunidade de lazer e descanso em nossas rotinas anuais, sirvam como momentos de reflexão no nosso espelho aos diálogos e ações do cotidiano em meio ao nosso convívio social e laços afetivos.
Deborah Fraga.
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