Relatos de uma Expedição por Carol Bortoleto. A impressão de quem aos 45 anos resolveu sair de sua zona de conforto e se aventurar “sozinha” 18 dias por 4 países da América do Sul.
Foram quase 11mil km de SP, capital do estado, e nosso Tour pelas Américas, Argentina, Chile, Peru e Bolívia, 6 fronteiras (aduanas), 39 passageiros de várias idades, cidades e perspectivas. Contamos com 5 pessoas do time da operadora (1 Guia, 1 monitor, 1 enfermeira e 2 motoristas). Que time minha gente! 10 passeios possíveis e programados, realizei 8 pois optei por descansar curtindo CUZCO e região com um "boleto turístico" que dá acesso a museus e passeios não previstos na programação. Algumas noites no ônibus, outras em pousadas econômicas, só no Atacama com banheiro fora do quarto, mas não coletivo (o banheiro é localizado no meio da pousado com chave privativa de acordo com o número do quarto, com certeza por conta da infra precária fizeram a hidráulica centralizada, poucos recursos, não me informei, pois, foi muito corrido). Mas para uma viagem econômica, TODAS as instalações oferecidas foram adequadas e confortáveis.
Vale aqui o registro que a operadora, ou melhor os guias, avisam que expedição não é férias, porque corremos, andamos, subimos e descemos muito, comemos rápido, as vezes não tão bem, banho é luxo e tem pernoite no ônibus. Água indispensável, beba muita e não esqueça o protetor e repelente (meu protetor já tinha repelente, então não senti os insetos).
Sobre a altitude eu realmente fui privilegiada não senti nada além de uma leve dor de cabeça. Sentimos um pouco de falta de ar, mas para mim nada que tenha atrapalhado qualquer momento de meus passeios. Faça seu ritmo, respeite seu corpo, seus sinais e o como você se preparou.
Vale registrar que aqui que são minhas impressões, sem avaliação ou julgamento de nada, simplesmente quis registrar o que senti e como foi essa experiência, por isso não usei os nomes (exceto do Guia local de Machupicchu).
QUEM SOU EU
Sou Carol Bortoleto, hoteleira, mulher livre, profissional autônoma, 45 anos, mãe de um rapaz de que completa 20 em março, feliz e muito cosmopolita, amo SP, a capital, que atualmente reside em Campinas.
Formada em hotelaria, apaixonada por pessoas, comida e números hoje trabalho com formação e treinamentos de equipes de atendimento, na CURRY SOLUÇÕES.
Também apaixonada por cultura, histórias, costumes e pessoas, sempre AMEI descobrir e conhecer coisas, pessoas e lugares.
Machupicchu, sempre foi um sonho guardado por anos e inúmeros motivos, mas um lugar que já tinha lido, assistido documentários e sinceramente confesso, só dali fiz isso, de outros lugares ouço vejo, mas nunca desejei tanto.
Me organize e planejei muito para então fazer a tão sonhada viagem. Investimento, pesquisa e planejamento, então em julho de 2023, pesquisando sobre o destino Peru, com Lima e Cuzco/ Machupicchu, encontro uma Expedição Inca, me encanto pelo roteiro e possibilidades, pesquiso operadoras, propostas roteiros, tempos de viagem, detalhe, viagem rodoviária, maioria saindo de SC ou RS.
Fechado, resolvo pago e começa em meados de outubro a contagem regressiva, risos...
Embarque agendado para 12/1/24 e retorno 28/1/24. Tudo certo? NÃO, em 6/1/24, sábado à tarde recebo uma ligação da operadora cancelando a viagem (pois fui em outra operadora bem pouco antes da viagem acontecer). Após receber a notícia e achar que tudo estava perdido: explicações ok, mas fiquei umas 2h chorando, sem chão sem entender o porque algo tão desejado e principalmente planejado poderia dar errado, os porque que nunca teremos respostas. Respira mulher você não está doente é só remarcar, mas vieram as dúvidas, os medos e principalmente uma tristeza de putz terei que adiar por mais um ano, não consigo agora renovar toda a agenda planejada para mudar o período.
Depois de um sábado (niver de uma amiga) esqueci de parabenizar uma das melhores e importantes amigas da vida e de alma (ainda bem que ela me entendeu) começo desesperadamente buscar uma alternativa para embarque no mesmo dia, ou só a primeira ideia aérea e sem mais opções ou outra expedição. Lembrei da operadora ORANGE TRAVEL de viagens econômicas e sua Expedição das Américas, muitas mensagens, tentativas de telefonemas ainda no final de semana, ansiedade a milhão, um dos sócios me liga e pede paciência que na segunda me retornariam, pois, vaga no ônibus e demais passeios com saída 11/1 e de SP (a primeira), tinha, mas ele precisava confirmar com os parceiros locais Machupicchu.
Agilidade em reembolso e pedido de estorno com a outra operadora, segunda tensa, resolvendo viagem, clientes, reuniões e a vida cotidiana. Deu certo pelo meio da tarde de 8/1/24 tudo confirmado embarco em SP, na Barra funda 13h rumo a Expedição das Américas.
A diferença entre a Expedição Inca e das américas é principalmente o tempo de permanência dentro do ônibus e o número de países e passeios.
Com a Expedição das américas entrou no pacote passeio em Foz do Iguaçu, e Salar de Yumi na Bolívia com mais “correria entre os passeios e 3 pernoites a menos em pousadas pois passaríamos no ônibus. #partiu
A AVENTURA
11/1 - E lá fui eu pra barra funda, consegui ir com o meu fretado de quase sempre e chegando ali já encontrei mulheres que tinham chegado do Rio e Vitória, a hora não passava, das 9h até 13h, pareceu dias, mas pontualmente nosso transporte chegou e embarcamos com mais alguns loucos, rumo a Foz do Iguaçu, PR, fomos pegando um pessoal pelo caminho, Londrina, Maringá.
12/1 - Viajamos a noite toda, primeiro pernoite no busão, chegamos em Foz pela manhã e já agitamos passeios clássicos, USINA DE ITAIPU, CATARATAS E MARCO DAS 3 FRONTEIRAS, tudo incrível, lindo e cheio de detalhes (todos passeios pagos a parte), também fomos ao templo Budista, na contramão da turma fomos na Usina, Templo, almoçamos, fomos as Cataratas e Marco, um por do Sol bem, bem, lindo!
13/1 - Depois de um breve descanso acordamos de madrugada (2h) e seguimos rumo a Argentina, nossa primeira Aduana, tranquilo, documentos com o time da operadora umas 20h no ônibus, mais uma pernoite ali e nem começou. Como a maior parte do trajeto é noturno apreciamos pouco a paisagem, nesse momento já tínhamos a área VIP, kkk, ou melhor o andar inferior do ônibus uma confraria se formando, papos gostosos, muita troca e muita risada, a turma do andar superior também já se inteirava e eu tentando descobrir minha tribo no meio daquela galera, de todas as partes do país, idades, crenças, formações, como boa comunicadora já estava ali papeando com todos, inclusive os motoristas, confesso minha maior preocupação no caso de uma viagem rodoviária, afinal, eles nos conduziriam nessas estradas por mim 100% desconhecidas por mais de 10mil km. Sim ida e volta de SP rodamos praticamente 11mil km.
14/1 - Chegamos cedinho em SALTA, ARG (6h). Sol, calor, café da manhã na conveniência do posto e city tour, aí já começamos as comprinhas, folha de coca, souvenirs, empanadas, carnabidiol quem quiz, e o passeio opcional de teleférico não foi feito, estava em manutenção sem previsão, somente um de nossos colegas de excursão se aventurou e subiu e desceu a pé o Cerro de São Bernardo, e pergunta se ele tirou fotos? Claro que não ele curtiu sozinho a paisagem, fez bem! Cidade linda cheia de histórias passeamos um montão até a hora do almoço pra embarcar e seguir viagem, tudo cronometrado e bem organizado, muito corrido sim, afinal adoro parar e ficar apreciando as paisagens, mas estamos no grupo e seguimos. Aqui já verei fã de carteirinha do guia que se mostrou entendedor e conhecedor do que fazia, além de fazer com alma.
15/1 - Ahh como isso me motiva. Embarcamos para Pumamarca, 3h de viagem e muitos passeios, inclusive a montanha das 7 cores, linda, mas considerada “falsa” afinal tem a das 14 cores em breve no Peru. Achei o lugar lindo, aconchegante e cheio de detalhes, o visual desse mirante incrível e aqui as lhamas já começam a aparecer enfeitadas para as fotos.
Nesse dia meus olhos também brilharam por um cara que estava no ônibus, mais novo um pouco, mas com um papo gostoso e um sorriso, que nem sei explicar, vale eu ressaltar e quem convive comigo sabe bem que essa viagem era minha comigo mesmo e muito, muito espiritual, não fui pra paquerar ou algo do tipo, mas não sou cega né? E sabe lá se encontraria ele em algum lugar de outra forma, fomos olhar o céu e as estrelas umas 2h horas antes do embarque rumo a San Pedro do Atacama, nada demais aconteceu, além de um delicioso e despretensioso papo. Homens inteligentes mexem comigo. Embarcamos cada um na sua e boa viagem!
16/1 - Chegamos cedinho na Aduana Argentina X Chile, depois de uma noite de viagem subindo sem parar, não dormi bem mas por mal jeito na poltrona mesmo (expedição econômica, não deita 100%), mas não tive nenhuma reação referente a altitude, masquei umas folhas de coca e até tomei o chá por precaução, mas ai queria ir ao banheiro toda hora, - afff, que preguiça que frio, depois de um calorzão aquela temperatura louca, muito escuro mas a lua crescente deixou eu observar algumas paisagens, ri, cochilei, ouvi música, mas dormir nada , 7h30 um nascer do sol lindo primeiros na fila, previsão de liberação 9h, seguimos uma amiga e eu ao banheiro do posto, próximo, mas boa caminhada, mas tranquilas, estávamos no horário, quando voltamos, barradas na fronteira a pé não entra o ônibus tinha sido liberado 30 min antes e esqueceram da gente, só isso.
Sem sinal de celular, sem documentos que estavam no ônibus, falando um portunhol daquele jeito uma olhou pra outra e não se conformou, mas ficamos tentando mandar sinal de fumaça, pedimos a um pessoal de um carro que nós trombamos no posto e nos viram descer do ônibus avisar o pessoal, mas de repente a fiscal nos deixou entrar e fomos a pé até o ônibus, e esse pessoal riu batei palma e foi muito solidário, que massa saber que existe gente do bem no universo e que elas estão perto da gente. Aduana pega malas de mão, depois as dos bagageiros, docs, scanner demorado, mas logo estávamos Chile rumo ao Atacama, almoço tarde livre, calor de deserto, caminhada até a pousada, quarto quente, esqueceram o ventilador e o ciático gritou pela primeira vez, delícia dorflex no estômago e vamos que vamos. Chegou o primeiro passeio contratado de fato o Tour Astronômico e que céu, que energia, que delícia de break e papo. Ahhh e a foto ficou maravilhosa, o céu e de verdade viu gente!!!! Agora é dormir porque cedinho temos passeio amanhã.
17/1 - Sem café bem cedo partimos para o Geysers del Tatio. Que frio do cão, realmente sou movida ao sol ao calor, dá uma preguiça sair da cama nesse clima de acolhimento e cobertas, mas ao chegar nesse lugar, todo animo aparece e a magia acontece, lugar lindo, encantado e cheio de histórias, após esse passeio um brunch, aqui comentei com o guia, sugerindo que as vans precisavam ficar juntas afinal éramos um grupo, mas foi tudo lindo e gostoso, os grupos são divididos porque ônibus não sobem as montanhas é muito importante ressaltar que guias e motoristas locais são mais indicados. Segui para o segundo passeio já contratado do dia Vale de La Luna, e aí sim sentimos o que era caminhar pelo deserto, areia na cara, encontro com o outro grupo, ufa, vi o sorriso mais lindo da turma, tempestade de areia, visuais únicos, inesperados e encantadores, encerramos o passeio com o lanche/jantar com a turma toda em um delicioso por do sol, pisco, e o visual. Falarei muito do visual sempre surpreendente e encantador, além de energizante em alguns momentos, sim, aquele visual que paralisa seus pensamentos e te leva a contemplação e a certeza de que Deus está em todo lugar.
Deus, pra mim é essa conjunção de ser, sentir, ver e viver. Essas paisagens que não se combinam, mas interagem e fazem nossos olhos brilharem de tanta beleza, harmonia e divindade ali presentes. Bóra arrumar as coisas passaremos mais uma noite no bus. Aqui optamos em um grupo de alugar o quarto por mais um da mesmo para utilizar meio período pois precisávamos descansar e tomar um banho gostosos, lavar os cabelos, alguns colegas optaram só pelo banho avulso, mas como boa cosmopolita um quarto e um banho sem tempo combinam melhor comigo e ainda bem que encontramos parceiras no caminho.
18/1 - Mais uma noite no bus, hoje dormi bem depois de muita risada e Jogo de Uno, o bonitão chegou perto, gente que coisa não, sei lá o que ele quer, sei que está com a mãe, mas um homem, provoca, flerta, paquera e.... sem paciência pra falta de iniciativa, 45 anos na cabeça já sabemos o que e não queremos. Mas apesar do meu imediatismo, há tempos sei lidar com o tempo dos outros, e meu foco no fundo e muitas coisas pela frente. Chegamos em Arica no Chile, umas 6h30, tomamos café na conveniência e seguimos passear pela cidade e sobe morro, haja resistência e joelho, mas ver essa cidade portuária de cima com o pacífico de fundo é lindo de novo, (Morro da Bandeira), descemos e anda, anda e anda mais, almoçamos comida típica em um restaurante gostoso, atendimento mediano, mas mesmo sendo especialista nisso não quis me apegar a isso, foi para descansar, conhecer e curtir.
O que posso afirmar aqui que tenho muitas possibilidades de trabalho para treinar times pela américa latina, já tinham me falado isso, senti um pouco em março na minha passagem de 5 dias em Santiago, mas agora tive ainda mais certeza que o feito é melhor que perfeito (frase de Luiza Helena Trajano), mas que para o Turismo podemos melhorar cada dia mais a hospitalidade e temos muitas oportunidades de desenvolvimento de profissionais e melhoria nos negócios de alimentação, hospitalidade e turismo pelas américas. Após o almoço seguimos finalmente para o Peru, meu sonho o que de fato buscava nessa viagem. Todos os demais passeios são “plus advanced” de um único sonho, mas que me fizeram repensar muito nos modelos de viagens que já realizei. Também vale registrar aqui que depois que me tornei mãe a vida foi trabalho família e viagem com o filho, mas esse ano 2024, ele no segundo ano de faculdade, com a vida dele bem alinhada, combinei que essa seria e a minha viagem e foi, volto com ele em breve, se ele quiser.
Seguimos para a aduana entre Chile e Peru acredito que até agora a mais rápida, e com o melhor atendimento. Fomos jantar em um shopping compramos umas coisas no supermercado local e claro atrasamos um pouco, mais uma noite no ônibus rumo a Cuzco, nesse trajeto paramos para o café em Pukaras e seguimos para Cuzco que onde chegando fizemos um city toru maravilhoso com um guia local e aproveitamos essa cidade linda e cheia de histórias e detalhes.
19/1 - Cuzco e a ansiedade a mil, até dormi bem, mas acordei muitas vezes com pensamentos a mil e vários arrepios, pois é estava me deixando envolver com as energias desse lugar tão mágico, falado, visitado e cheio de histórias. Nesse dia aproveitei para curtir Cuzco, museus e outros parques arqueológicos, optei por não ir a montanha colorida, amanhã vamos pra Machupicchu preciso estar plena e inteira. Fomos há museus, lojas, e a tarde no templo de los Deuses em um meio de transporte diferente e para um lado da cidade que quase ninguém vai, cias agradáveis, risadas de montão, vista linda, mas o “templo” em si, comparando com outros passeios precisa melhorar. Lanche gostoso de jantar e descanso.
20/1 - Chegou o grande dia, pra mim o ápice da aventura, o caminho e destino tão esperados. De manhã: Vale Sagrado, visitando os sítios arqueológico de Pisac, Urabamba e Ollantaytambo. Ao final do dia embarcamos no trem com destino ao Povoado de Águas Calientes, viagem com paisagens incríveis, um entardecer delicioso, chegamos deixando rapidamente as coisas na pousada e fomos para o Thermas, chuvinha e s surpresa de um “piscinão de ramos no meio da montanha, agua deliciosa, tínhamos 1hora e meia de diversão e foi pura risada, me diverti muito e mesmo com o frio pra sair valeu muito a pena, lanchinho, eu não quis jantar, mas provei a comida era mara, e soninho pra subir amanhã pra Machupicchu.
21/1 - Uma noite bem dormida no conforto, mas agitada nos sonhos e pensamentos, pegamos o ônibus para subir, o primeiro horário, que visual, que ansiedade. Chegamos dia nublado muita névoa, subida íngreme, falta de ar, mas uma energia que não consigo descrever o guia que nos recebeu um nativo local nos explicou depois da primeira subida muitas coisas e fez um “ritual” que já colocou a maioria pra chorar. Energia, insights, conexão, abraços inesperados. Ficamos muito tempo ali esperando o céu abrir e termos as melhores fotos, ali só andamos para frente, um tempo que meditei, senti o kundalini, isso não dá para explicar, mas pensei nele, sabia e senti, passamos um pouco mais de 2h naquele lugar agora divididos em 3 turmas com guias diferentes, Henry o Cusquenho nos conduziu explicando coisas maravilhosas do seu povo, a cultura inca e esse lugar, passaria horas escrevendo sobre as sensações, mas elas ainda estão sendo absorvidas e são em sua maioria para serem únicas e sentidas.
O que posso dizer que o dia estava lindo, a energia é única e quem puder deve mesmo ir a esse lugar da Terra, lugar que voltarei sem dúvida alguma. Pegamos o trem de volta chegamos em Cuzco, fomos a um restaurante incrível, tomei vinho peruano, inclusive e ri muito com 2 amigos de rolê. Bora descansar.
22/1 - Galera acordou na madruga pra ir na Laguna, o outro passeio que pulei, e encontrei minha parceira de aventuras alternativas no café para seguirmos para o Sul de Cuzco em 2 passeios do passaporte e parques arqueológicos bem pouco visitados, mas incrivelmente lindos e de uma Paz única, menos gente, mais tempo, mais fotos, muita meditação de contemplação, PITON e PIKLLAQTA, na volta, almoçamos na vila uma comida típica e depois fomos a mais museus e essa cidade linda chamada Cuzco.
Aqui vale registrar a genialidade desse povo, Piton é considerada a hidrelétrica INCA, onde em níveis a água já era tratada antes de chegar ao vilarejo, hoje a água ainda é captada do lençol freático e outra parte de um rio que secou e hj não tem água, mas do lençol vem uma água límpida e fresca, mais um lugar impar dessa civilização tão incrível e inteligente.
Jantamos e fomos para a balada Chango, brasileiros arrasando no rolês, ele foi gente, dançamos gostoso, além de tudo ele dança aí a gente pira, né? Alto, sorriso lindo, papo delícia, “marrom bombom”, mãos grandes e dança o bj sai hj...Não gente não saiu, ele estava - estressadinho porque tinha “perdido” algumas coisas, foi embora sem dar xau, - manooooo (como sempre falava nosso amigo mais paulistano da expedição) cansei, chega né? Nem era o foco, ok, lindo, “meu número” mas a autoestima e amor próprios estão em dia. Era um lance e não rolou e ok, ok mesmo, porque depois de uma certa experiência de vida, idade, como queiram chamar sabemos o que queremos e o que não queremos, claro que fui dormir tristinha mas, não posso me beijar sozinha, né?
23/1 - Depois do café, ufa hoje foi um dia de acordar em uma hora “normal” pra todos, nada de madrugar, visitamos as Salineiras, aqui a agua salgada nasce da montanha, na história ali já foi mar, é um lugar lindo e muito interessante onde a cooperativa artesanalmente continua fazendo a retirada do sal, sem ajuda de nenhum equipamento, lógico que trouxe muitos sais de banho ou para escalda pés, além do sal que chamam de medicinal e os de uso na cozinha, sal do Himalaia nada, consumo sal do Peru mesmo! Seguimos pegar os quadriciclos para visitarmos os sítios arqueológicos de Maras e Moray, Gente aqui outro lugar mágico e sem palavras para dizer.. energia sem igual e aventura deliciosa ...mãos queimadas mesmo com muito protetor corpo mais protegido pela blusa uv, sugiro uso de luvas só senti a noite, tivemos que ir embora, mas passaria mais e mais horas ali.
Voltamos e banhão, aqui também optamos por contratar o quarto pra descansar e relaxar, a mala grande já estava fechada, não seria mais aberta e as de mão organizadas para o final da jornada. Ansiedade a mil, lua cheia no céu, “bora pra um café” UFA, que delícia, conversa boa, papo bom e aí pedi meu beijo, na praça e com a lua cheia no céu, foi ótimo e não voltaria ao Brasil com o e se... Grata Gatinho, fez minha passagem por Cuzco mais incrível ainda. Pisciana é phoda mesmo gente. Já falei, que coleciono momentos e esse momento mesmo rapidinho foi especial, com aquele sorriso besta no rosto, mas feliz da vida. Só voltamos porque tinha horário para a saída do ônibus, - eita eita, eita, mas faz parte. Partimos 21H para PUNO & LAGO TITICACA, noite no ônibus de novo, e bora.
24/1 - Chegamos bem cedo em Puno, tomamos café na rodoviária e seguimos para o Titicaca o lago flutuante maior e mais alto do mundo, não lembro agora quanto de altitude, pegamos um barco e seguimos as ilhas flutuantes, ouvimos da cultura tiramos fotos compramos artesanato e andei no barco típico, a desigualdade e sujeira do local me deixou muito muito triste, um sentimento bem diferente de todos os demais passeios até agora, mas gostei de ver a cultura e a energia de um povo que com quase nada vive muito e sorri sem parar, ele sentou do meu lado e rimos de piadinhas sem graça um do outro. Almoçamos, pratos fartos e saborosos e de novo pegamos o ônibus mais uma noite para seguirmos para nossa última parada a Bolívia e chegamos correndo em La Paz para jantar, cidade estranha e bagunçada, comi algo tipo Bob´s, tomei um suco entrei no ônibus e desmaiei. Seguimos rumo a Uyumi.
25/1 - Amanhecemos em Uyumi, conseguimos um check-in antecipado, - o primeiro, diga-se de passagem, nas demais pousadas nunca conseguimos, tomamos aquele banho e descemos para o café e seguimos para o nosso passeio ao Salar, mas antes paramos no “cemitério” de Trens lugar que parece um cenário de filme, história e fotos. Ai fomos ao Salar que lugar, que lindo, esse tapete branco pronto para nos receber, almoçamos em uma tenda por ali tbm, teve parabéns com bolo para uma das amigas da viagem no dia do Niver de SP, kkkk adoro! , tudo gostoso, calor e muito vento, fotos mais do que lindas e tempestade de sal, tivemos que voltar 2h antes da previsão de término do passeio por segurança, faltou ver os espelhos
d'agua e a “floresta” de cactos, mas mais pra tirar mais fotos não achei de todo ruim voltar estava com muita dor de cabeça por conta do sol. Tomamos banho e organizamos nossa confra.
Última noite com todos, vinho e pizza bolivianos. - Risadas, Papos comilança, o gato saiu pra comer fora e não participou, não acho ser anti-social, acho ser escolha, alguns são mais reservados e não gostam mesmo de bagunça e tudo bem, mas perdeu porque foi delicia, e nosso tchau geral com o guia fazendo um depoimento muito lindo. Bora dormir porque amanha tem volta e é um batidão com banhos pelo caminho em paradouros e afins.
26/1 e 27/1 - Passei mal a noite toda talvez a comida, ou comida com o sol, ou acúmulo de várias coisas ao longo da jornada, só tomei um chá e embarquei Bora para o Brasil. A pior aduna na infra, saída da Bolívia para a Argentina, demora, tudo confuso, estão em obras, tive que abrir a mala um dos souvenires estava enrolado em jornal, Estava tranquila sabia que não era nada ilícito, só preocupada com o fechar a mala que estava explodindo, lembra que comentei que no Peru compramos mais do que planejamos, entulhei tudo na mala e deu, minha passagem no scaner foi tranquila sem stress nada comparado com a amiga que teve as balas de coca detectadas pelos cães farejadores na madruga em uma blitz, que nem vi porque estava mais do que dormindo. Soube no dia seguinte, ela até chorou, mas foi susto e o constrangimento do cuidado, passamos a fronteira até rápido pelo histórico dos guias. Mas ok passamos e seguimos, estrada linda, curvilínea, imagens únicas, poucas paradas não tem infra nas rodovias, batidão, motoristas incríveis e cuidadosos sempre, ainda bem! Seguimos em direção a Salta para tomar banho, o mal estar melhorou, fome, mas evitando comer medo do piriri voltar, mas seguimos para almoçar parrilla e comprar alfajores e vinhos aí já melhor almocei um pouco tomamos vinho de novo e seguimos viagem, no caminho durante a madruga alguns já foram descendo, sem nem vermos, ele inclusive, sem dar tchau, achei mesmo que ganharia um último abraço (um dia, oportunamente pergunto rsrsrs), dormi muito.
28/1 - Tomamos café já no Brasil, depois de passar na aduana Argentina Brasil, que foi rápida e sem scaners de malas, só verificações de documentos mesmo, tbm paramos na região de Ourinhos para almoçar aí todos comemos arroz e feijão, mais despedidas, aí já durante o dia, abraçamos todos que ainda estavam por ali e chegamos em SP, barra funda as 18H, choros despedidos, mala “esquecida”. O meu #amigostenhoosmelhores não me deixa mentir amiga amada que mora em SP, foi me buscar e me trouxe em casa, fim dessa aventura, a melhor e muito bem acompanhada da minha vida, alguém falou que “viajar nos deixa sem palavras, mas nos torna contadores de histórias”, será?
Boas energias direto de TODAS as que recebi nessa expedição e gratidão a todos que fizeram desse momento único e inesquecível.
29/1 - Dia que tirei para arrumar as coisas, lavar as roupas e terminar esse “diário”, comer arroz e feijão e curtir meu filho e minha mãe contando a aventura, relembrando bons momentos e voltando a realidade cotidiana maravilhosa de minha vida.
DICAS PARA A EXPEDIÇÃO
Leve roupas tipo cebola, que podem ser usadas em camadas ou térmicas, no mesmo dia temos um sol absurdo e um frio daqueles. (levei alguns vestidos, porque adoro e usei, calças legging e de lã, shorts, cai setas, blusas UV, casaco e cachecóis, comprei um corta vento, um poncho e pashminas).
Tênis confortável eu não tinha aqueles de trilha e não fez falta, mas acho legal pois dão bastante firmeza nos pés. (levei 2 tênis, 1 daqueles sapatos de cachoeira, 1 chinelo e 1 sandália que não usei) Água SEMPRE, o tempo todo, toda hora, não deixe a garrafa vazia. Protetor solar e repelente que em Machupicchu empurram, mas não sei se foi sorte ou tempo mesmo não tinha insetos no dia de nossa subida.
Nossos guias fizeram o câmbio, mas aonde aceita cartão é legal usar, usei do me banco (crédito) e foi prático e melhor conversão. Alguns colegas usaram o de recarga da WISE que é bem legal também e usam como débito. Mas ter dinheiro em espécie facilita a negociação, o cartão é melhor para comer e passeios extras.
Levar mala extra, de ônibus temos essa facilidade de volume e no Peru é uma delícia para gastar queremos levar tudo e mais um pouco, prata, artesanato, tecidos, enfim tudo lindo e colorido, pesquisem ouçam os guias que sempre tem dicas de lojas mara.
Comer é incrível, mas cuidado eu só tive problemas intestinais no ultimo dia mas teve colegas que passaram 4 dias mal... Atenção muitos sabores e temperos que não estamos acostumados, mas em entupi sem medo de Ceviche, e trutas, tbm comi carne de lhama os choclos (aquele milho gigante do Peru, também achei mais adocicado que o nosso, mas adorei). Papas (batatas) de muitas cores, texturas e sabores, praticamente tudo tem papas, arroz quase nunca e feijão não encontrei nesses 18 dias. Tem frango e carne bovina também, além do porco que é muito bem feito. Provei de tudo mesmo, inclusive a bebida fermentada de milho que adorei.
Pechinche, se entregue a energia do lugar e aproveite intensamente tudo, registre, mas deixe pra postar depois (eu consegui), só postei alguns stories e agora que aguentem os rells e tbt.
Sempre ouvi que viajar é terapia para a alma e investimento e cada dia tenho mais certeza disso. Vivo de momentos e que em breve cada um que conheci nessa expedição eu possa encontrar para um café ou mesmo em outra viagem.
De um autor desconhecido que vi no Instagram: “nunca se arrependa por usar seu dinheiro para construir memórias junto das pessoas que você ama”. Eu complemento ame as pessoas que conhece no rolê, mesmo que somente no período da viagem, são estranhos muitas vezes, como no meu caso de outros passageiros que fomos sozinhos, mas esse amor transbordou em fotos, sorrisos, apoio e abraços que ficarão eternamente em nossos corações.
Até a próxima.
Carol Bortoleto
Curry Soluções | @carol_bortoleto_
Que relato incrível, condizente com tantas experiências vividas nessa expedição!
Estou encantada com seu relato em seu diário desta expedição Carol. Mais que números que vemos em muitos blogs sobre o quanto gastar ou quanto custou alguma coisa, a impressão e emoção ao que vivenciamos é de fundamental importância pra entendermos que não estamos sozinhos. Acho que iniciou algo como uma decisão solitária e na jornada fizeste muitos amigos, colegas e parceiros de viagens.
😊 Obrigada pelos detalhes e impressões deste lindo passeio pelas américas. 😉